Quando se trata de criar um trabalho que você ama, seguir sua paixão não é um conselho útil.
Tentando fazer um resumo super simplista de como tento colocar em prática os aprendizados desse livro:
Escolha uma atividade que alguém paga para você fazer e que você não sofra ao fazer. Aprimore-se nas maneiras que você realiza essa tarefa. Com o tempo a tarefa será muito fácil e você será "bom demais para ser ignorado".
Para conseguir fazer 👆 isso, é necessário ter a "mentalidade do artesão" (o que eu ofereço para mundo), e fugir da "mentalidade da paixão" (o que o mundo tem para me oferecer).
O livro parte do princípio de que "seguir sua paixão" é um conselho ruim para encontrar um trabalho que te dê satisfação.
É como se estivesse trocando o fim pelo começo.
Pode parecer contra-intuitivo, mas o autor oferece várias evidências de como isso pode trazer sofrimento. Ele também mostra pessoas que possuem carreiras notáveis, e que realmente amam o que fazem, mas que para chegar aonde chegaram não foram pelo caminho do "seguir sua paixão". Ao invés disso essas pessoas precisaram acumular bastante XP (que ele chama de capital de carreira). Não houve atalho, não houve "seguir uma paixão".
O exemplo do Steve Jobs é bem emblemático. Apesar dele dizer em sua famosa palestra que "A única maneira de fazer um ótimo trabalho é amar o que faz", vemos em sua biografia que o seu sucesso não se deve exatamente a esta abordagem.
Se o jovem Steve Jobs seguisse e linha de "seguira sua paixão", provavelmente ele se tornaria um monge budista, ou um hipponga do gênero.
Faça o que o Steve Jobs fez, não o que ele disse.
O que temos na biografia de Steve Jobs é que ele trabalhava fabricando e vendendo placas de computadores somente nos finais de semana, para descolar um trocado (talvez mais vendendo do que fabricando, tendo em vista que o Wozniak era o nerdão). Só depois de ter acumulado experiência com esse mercado de computadores é que ele começou a "ficar apaixonado" pelo ramo.
Existem alguns exemplos que podem confundir, como músicos e esportistas, que normalmente são apaixonados pelo que fazem. Quanto a isso ele mostra que o "pulo do gato" é o que ele chama de "mentalidade do artesão" (em oposição à "mentalidade da paixão").
Uma pessoa com mentalidade do artesão visa o progresso. O objetivo é entregar um resultado cada vez melhor. Músicos/esportistas com carreiras incríveis não são apenas apaixonados por música/esporte, eles são apaixonados por se aprimorarem no que fazem.
A mentalidade da paixão, em última instância, leva à insatisfação crônica e devaneios sobre empregos melhores que você imagina existir lá fora esperando para serem descobertos.
Esse trecho me deixou preocupado. Pois de vez em quando acontece comigo de querer mudar de trampo pois o atual não está me deixando tão satisfeito. É um pensamento que preciso ter em mente para não cair nessa armadilha de ficar achando que em algum lugar existe um trabalho "perfeito" pra mim.
Fico um pouco preocupado se isso está acontecendo comigo agora (janeiro/2023). No entanto em outros trechos do livro são apresentadas algumas ideias que eu acredito que suportam a minha decisão de procurar um trampo diferente do meu atual. Principalmente o papo referente à prática deliberada.
o segredo para o trabalho que você ama não está em seguir sua paixão, mas em vez disso, se tornar bom em algo raro e valioso e, então, lucrar com o "capital de carreira" que isso gera para adquirir as características que definem um trabalho notável.
O que ele chama de "capital de carreira" eu informalmente chamo de "acumular XP". Mas o macete aqui é acumular XP em skills que realmente importam, skills raras e valiosas.
Quais skills são essas? Essa é a arte! 😇
No ramo de tecnologia não é tão fácil prever quais serão as tecnologias que estarão bombando no curto/médio/longo prazo, mas é existem skills que perduram por muitos anos e que valem a pena aprender (exemplos que me vêm a cabeça: Linux, git, bash, regex, SQL, Clean Code). Não podemos esquecer também das skills não técnicas, como boa comunicação, capacidade de traduzir conceitos excessivamente técnicos para pessoas não-técnicas (principalmente os stake-holders).
prática da dificuldade necessária para continar a melhorar em uma tarefa.
"atividade feita, tipicamente por um professor, para o única propósito de melhorar eficazmente os aspectos específicos do desempenho individual"
~ Anders Ericsson
No contexto de construção de carreira, a maioria dos trabalhadores do conhecimento evita esse estilo de desenvolvimento de habilidades, porque é desconfortável.